Goiana: Capital Cultural ( Zinho Alafia)

Por muito tempo, conforme o proposto por Karl Max, o conceito de capital esteve estritamente relacionado às questões econômicas.
Para Max, através de correlações com o capital econômico, os fenômenos sociais podiam ser compreendidos e explicados. O filósofo francês Pierre Bourdieu, no entanto, foi responsável por expandir o conceito de capital, por entender que nem todos os acontecimentos sociológicos teriam como ser avaliados a partir de uma visão meramente mercadológica.
A partir de Bourdieu, então, ao capital se passou a atribuir outros conceitos, além do econômico. A cultura, a educação, os esportes, as artes, o sentimento humano, etc., passaram a ser compreendidos também como capitais, porém, com valores e conceitos específicos. E para o entendimento desses “novos” conceitos de capital nem sempre se faz necessário correlacioná-los a questões econômicas, muito embora os mesmos possam ser definidos como recurso, quando propiciam lucro para os que detém.
Embora entre os diversos conceitos de capital existam relações análogas à economia, como a troca e valorização, os mesmos não têm como ser compreendidos a partir de uma visão meramente econômica.
Ainda segundo Bourdieu, os capitais têm maior valor quando inseridos em seus conceitos individuais, ou seja, nas relações ocorridas no mundo dos negócios, o capital econômico tem maior relevância, porém, quando esse mesmo capital permeia o campo da cultura, ele perde peso, pois passa a ser confrontado com o capital cultural.
A distinção dos valores inerentes em cada conceito de capital e a sua correlação entre os demais capitais, geralmente, não tem sido bem percebida, principalmente pela grande maioria dos gestores públicos, que teimam em tratar relações do campo cultural sobre a ótica exclusiva do capital econômico. Isso vem gerando distorções, pois tais gestores deixam de ser fomentadores e passam a ser produtores e até atravessadores culturais.
Também artistas têm, muitas vezes, um comportamento equivocado, quando colocam seu capital cultural em correlação com o capital político partidário. A utilização da arte como instrumento de projeção eleitoral, pelas s já vistas, acarreta em insucesso. Usar o capital cultural como moeda de troca em campo alheio é entrar em uma negociação de possível desvantagem, pois à sua “moeda” poderá ser atribuído um valor inferior.
No entanto, é importante que haja interação entre os diversos campos. O que se faz necessário é tomar posturas, adotar estratégias, saber colocar bem seu capital em competitividade com os demais, consciente do seu real valor e predisposto para as negociações que se fizerem necessários. Não esquecendo que seu capital é seu tesouro.
José Francisco mais conhecido como Zinho, Coordenador do projeto MEMÓRIA: NAS ONDAS DAS MÍDIAS LIVRES e fundador do Ponto de Cultura Alafia Manifestação de Identidade Negra e Popular de Goiana. Recentemente José Francisco recebeu O PRÊMIO DE ECONOMIA CRIATIVA NA MODALIDADE DE GESTÃO E FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS, ficando entre as 03 melhores iniciativas pedagógicas na área de cultura do Nordeste.

Fonte: Goiana Pe

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