Nova política não decola em Alagoas (vídeos)

Renan Filho e Fernando Collor lideram eleição no estado. Candidato do PSDB apoia Heloísa Helena. Foto: reprodução do Facebook
Pouco mais de um ano depois que uma onda de manifestações cobrou mudanças na forma de fazer política no País, o discurso de uma “nova política” sem a presença de velhas oligarquias parece não ter dado certo em Alagoas. No estado, o deputado federal Renan Filho (PMDB) – herdeiro político do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB) – e o senador Fernando Collor (PTB), ex-presidente da República, lideram todas as pesquisas de intenção de voto para o Governo de Alagoas e para o Senado, respectivamente.

A dupla tem o apoio do PT e compõe o palanque da presidente Dilma Rousseff (PT) no estado. Alagoas representa apenas 1,3% do eleitorado nacional, mas Renan Calheiros é um aliado nacionalmente importante para o Planalto. Ele passou cinco dos últimos dez anos presidindo o Senado. No meio tempo, esteve outros quatro como líder do PMDB.


O principal adversário de Renan Filho é o senador Benedito de Lira (PP), 72 anos, que apoiava o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, mas não agradou à ex-senadora Marina Silva (PSB). Lira tem Omar Coelho (DEM) disputando o Senado e seu vice, o deputado federal Alexandre Toledo (PSB), pertence a uma família de usineiros.

“Do ponto de vista histórico, você tem governadores sempre ligados a uma ala de grandes proprietários de terra e produtores canavieiros, uma ala mais conservadora”, explica Ranulfo Paranhos, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). “Se eu não renovo o quadro político, eu não tenho novas propostas, mas uma manutenção do que já existe. Isso impacta nos indicadores sociais”, diz.


Com 3,3 milhões de habitantes, Alagoas tem os piores índices do País de desenvolvimento humano, alfabetização e mortalidade infantil. O estado também tem a pior taxa de homicídios do Brasil, segundo o Mapa da Violência. É o penúltimo em expectativa de vida e possui o terceiro menor PIB per capita.

Alagoas é governado há oito anos por Teotonio Vilela Filho, do PSDB. O partido também comanda a prefeitura da capital, Maceió. Mesmo assim, os tucanos foram incapazes de apresentar um nome competitivo para a sucessão estadual. O escolhido de Vilela, o desconhecido ex-secretário de Defesa Eduardo Tavares renunciou a candidatura no final de julho, depois que a maior parte dos partidos governistas migraram para a campanha de Benedito de Lira.


No lugar dele, os tucanos lançaram Júlio Cezar, vereador de primeiro mandato em Palmeira dos Índios, uma cidade de 70 mil habitantes do Agreste alagoano. Assim que entrou na corrida, ele declarou apoio a Heloísa Helena (PSOL), que tenta voltar ao Senado oito anos após deixar o cargo para concorrer à Presidência da República.

Vereadora de Maceió desde 2008, Heloísa Helena é a única candidata competitiva ao Senado além de Collor, mas trabalha contra a falta de estrutura do PSOL. O partido tem 31 segundos de propaganda na televisão e arrecadou apenas R$ 10 mil durante o primeiro mês de campanha.


A última pesquisa do Ibope, divulgada no dia 14, mostra Renan Filho com 42% das intenções de voto, contra 23% de Benedito de Lira e 8% dos demais candidatos. Na corrida pelo Senado, Collor também tem 43%, enquanto Heloísa Helena possui 26% e os demais 7%. A margem de erro é de três pontos.

Fonte: Blog do Jamildo

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