Por descuido, falta de
concentração e, principalmente, por indisciplina e falta de educação,
pernambucanos foram notificados 1.427.073 vezes por infrações no trânsito em
2014. A campeã das multas é o excesso de velocidade, com mais de 700 mil
registros.
O número de multas aumentou nos
últimos anos, mesmo com o reajuste dos valores. “Houve investimento em radares,
lombadas eletrônicas e outros artifícios tecnológicos, o que aumenta o rigor da
fiscalização, já que não é necessária a presença do agente de trânsito. Como
está muito recente, ainda não dá para sentir se isso (o reajuste) vai
influenciar (se o número de multas vai aumentar”, afirma Sérgio Lins, diretor
de Fiscalização e Engenharia de Trânsito do Detran-PE.
Esse incremento de equipamentos
na área de fiscalização reflete principalmente nos registros de excesso de
velocidade e avanço de sinal. No ano passado, 564.171 motoristas ultrapassaram
em até 20% a velocidade permitida nas vias do Estado, outras 136.964 entre 20%
e 50% e ainda 16.666 ultrapassaram em mais de 50% o limite. “O brasileiro
precisa muito se reeducar no trânsito. Somos muito individualistas e o trânsito
exige que sejamos solidários e pensemos no coletivo”, diz Lins.
Outras infrações corriqueiras
dizem respeito ao estacionamento. Sejam em locais proibidos, em cima de calçada,
faixa de pedestre ou mesmo em sentido contrário ao permitido, os motoristas não
se cansaram de parar seus automóveis onde ou como não deviam. Foram 166.163
multas por estas irregularidades.
Mesmo com os erros pesando no
bolso e a fiscalização mais efetiva, muitos condutores ainda acreditam que
podem escapar ilesos e se arriscam em dirigir sequer com a documentação em dia.
Estes foram 138.322 vezes notificados por dirigir sem registrar o carro, sem a
documentação do veículo e até sem carteira de habilitação.
Dinheiro – Se o número de multas é assustador, imagine então a quantidade de dinheiro que os motoristas podem ter jogador fora por pura irresponsabilidade. Juntando as multas de 2014, o valor arrecadado poderia ultrapassar 200 milhões de reais, mas muitos nem pagam. “Nem tudo que foi emitido é pago. Tem condutor que deixa de pagar, tem que entre com recurso para derrubar a multa administrativamente e tem também as que estão no aguardo pela decisão da justiça”, explica o diretor do Detran-PE.
A pergunta de 200 milhões de
reais. Para onde vai este dinheiro? Segundo Sérgio Lins, todo o recurso é
dividido entre os setores de fiscalização (tecnologia, fardamentos, viaturas,
etc.), engenharia de tráfego (sinalização) e em programas de educação para o
trânsito. “Não há um percentual definido para cada área, varia muito, mas essas
novas tecnologias como as lombadas eletrônicas e a sinalização custam muito
caro. Um semáforo, por exemplo, pode custar de 20 a 30 mil reais”, revela o
diretor.
Além do excesso de velocidade,
campeã em números e arrecadação, o que mais tira dinheiro dos motoristas “fora
da lei” é a Lei Seca. As blitz aumentaram. Com isso, motoristas foram flagrados
quase 10 mil vezes dirigindo sob influência de álcool, gerando notificações que
ultrapassam os 18 milhões de reais.
(Tabela - Fonte: Detran de Pernambuco)