Para uma menina da área rural do país africano da Tanzânia, a pequena Pendo Emmanuel era bem exótica.
A pele branca e os olhos claros a diferenciavam das outras crianças de 4 anos da cidade de Mwanza, localizada no norte do país. Características que fizeram com que a pequena se tornasse alvo de um grupo que pode ter sido responsável pela venda de pessoas albinas no mercado clandestino para rituais macabros.
"Homens a tiraram da casa da família enquanto ela dormia. Infelizmente, o caso [de Pendo] não é isolado. O pai dela está entre os suspeitos do crime", afirma ao iGSeverin Edward, da Sociedade Tanzaniana de Albinismo (TAS, na sigla em inglês).
Para muitos tanzanianos que vivem nas zonas rurais do país, os albinos possuem poderes mágicos: rituais com partes de seu corpo podem trazer sorte e riquezas. Segundo Edward, muitos deles são submetidos a amputações do corpo, como braços, olhos e órgãos genitais, ainda vivos, porque os bruxos creem na potencialização da mágica por meio da dor e do sofrimento dessa parcela da população. Paga-se o equivalente a R$ 160 mil por albino nesse mercado.
Albinismo
Na Tanzânia, uma em cada 1.400 pessoas tem albinismo – alteração genética caracterizada pela falta de pigmentação no corpo. A média global é de uma para cada 20 mil pessoas, de acordo com a Under the Same Sun, grupo de defesa do albinismo com sede no Canadá.
Fonte: Ultimo Segundo