Sete prefeituras da parte norte da RMR estão se mobilizando para exigir do Estado medidas de redução da violência.
Prefeitos e secretários de segurança pública de sete municípios da parte norte da Região Metropolitana do Recife (RMR) estão se mobilizando para cobrar do Governo do Estado medidas pela redução da violência e oferecer contrapartidas conjuntas. Nesta terça-feira (10), das 8h às 13h, os gestores participarão do segundo encontro do Fórum Regional de Prevenção Social (FRPS) do Litoral Norte, criado por eles com participação do Governo do Estado, do Tribunal de Justiça, da Defensoria Pública, do Ministério Público e da sociedade civil.
O evento ocorrerá em Olinda e deve contar com a presença do secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Roberto Franca, e de um representante da Secretaria de Defesa Social (SDS). Por ora, já há consenso entre os municípios em torno da criação de um novo Batalhão de Polícia Militar (BPM), o 26º, e de patrulhas escolares.
As cidades envolvidas são Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Araçoiaba, Itapissuma, Itamaracá e Igarassu. O fórum existe há dois meses e será o ambiente para a confecção, hoje, da Carta de Olinda, com compromissos que devem ser assumidos pelo Estado e pelas prefeituras em defesa da vida e propostas na área de prevenção.
Em outra ocasião, o documento será encaminhado ao governador Paulo Câmara, em um movimento similar ao que desencadeou a Carta de Caruaru, entregue por prefeitos do Agreste em setembro, mas sem a mesma carga de crítica, já que o Estado também integra o fórum. O encontro em Olinda, no auditório da Focca, terá o tema “Experiências regionais bem-sucedidas de prevenção social”.
A demanda pelo novo batalhão se justifica pelo pedido da Prefeitura de Paulista para que o 17º BPM, que atualmente atende toda a região, exceto Olinda, fique restrito a Paulista. O argumento é de que a cidade cresceu, já passando de 300 mil habitantes, o que demanda uma atenção focada da Polícia Militar (PM). Com isso, o 26º BPM seria criado para atender os municípios que deixariam de ter o efetivo do 17º BPM.
Outro pedido que deve ser feito hoje é pela criação da Companhia Independente de Prevenção às Drogas e à Violência. “Ficaria entre Paulista e Olinda e fortaleceria a prevenção, com trabalhos nas escolas, inicialmente feito pela PM e, futuramente, pelas guardas municipais. Estamos convencidos de que, com ações como essas, vamos reduzir os índices de violência”, explica o secretário de Segurança Cidadã e Defesa Civil de Paulista, Manoel Alencar.
O representante, também presidente do Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança (Consems), diz que a cobrança das prefeituras por mais condições para trabalhar a temática tem crescido. “Os municípios estão vendo as necessidades de segurança e têm procurado soluções. Queremos avançar com a Patrulha Escolar, por exemplo, que teria contrapartidas nossas”, diz.
O secretário de Segurança Urbana de Olinda, coronel Antônio Pereira Neto, afirma que o crime não observa zonas limítrofes e que os gestores precisam acompanhar essa lógica. “Não podíamos mais nos isolar. Temos que trabalhar com ações coordenadas”, avalia.
O secretário executivo de Políticas para o Desenvolvimento Social do Governo do Estado e presidente do fórum, Yves Ribeiro, destaca que o papel de cada ente precisa ser debatido. “Nesse momento de dificuldades, é preciso a mobilização das três esferas de governo e da sociedade”, declara.
Fonte: Folha PE
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