'Se precisar, entro no mar de novo', diz guarda-vidas que atuou em ataques mais recentes de tubarão em PE

Carlos César Santana da Silva, de 34 anos, afirmou que a missão dos bombeiros é salvar.

Bombeiro Carlos César resgata o jovem José Ernesto, de 18 anos, que foi atacado por um tubarão em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, no domingo (3) (Foto: Reprodução/WhatsApp)


Em um intervalo de 49 dias, o guarda-vidas Carlos César Santana da Silva, 34 anos, vivenciou experiências dramáticas na orla de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Ele participou dos resgates das duas mais recentes vítimas de ataques de tubarão em Pernambuco. "Se precisar, entro no mar de novo. A missão dos bombeiros é salvar", declarou.


Atacado no dia 15 de abril, Pablo Diego Melo, de 34 anos, sobreviveu e se recupera de amputações. José Ernesto Ferreira da Silva, de 18 anos, foi mordido no domingo (3) e morreu nesta segunda-feira (4), no Hospital da Restauração, no Derby, na área central do Recife.


Com o caso de José Ernesto, deve subir para 65 o número oficial de ataques e para 25 a quantidade de mortes que integram a lista do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), que registra os casos desde 1992, em Pernambuco. O órgão depende do laudo da morte, ainda não divulgado, para fazer a atualização dos dados.


Com 10 anos de Corpo de Bombeiros, atuando no Grupamento Marítimo (GBMar), Carlos César contou, nesta segunda-feira (4), por telefone, como agiu nos dois casos. “Desde a retirada do mar, percebi que o caso de José Ernesto era mais grave. As lesões eram mais profundas”, declarou.


Durante o domingo (3), dia do ataque mais recente, os guarda-vidas que atuam em Jaboatão tiveram muito trabalho. A todo instante, alertavam os banhistas para o perigo de ataque na área, onde o Cemit registrou 12 ocorrências, desde 1992. “Eu alertei 11 jovens para o perigo na área, só naquele dia”, informou.
No momento do ataque, Carlos estava deixando o posto para fazer uma advertência a José Ernesto. O rapaz nadava e o guarda-vidas se aproximou para avisar que aquela área era perigosa. “Então, ocorreu o ataque. Ele deu um grito e eu entrei no mar”, lembrou.

Quando pegou José Humberto nos braços para tirá-lo da água, Carlos percebeu que o rapaz estava em estado muito grave. “Eu coloquei ele na areia. O jovem falou algumas coisas e ficou inconsciente”, comentou.

Como resgate foi muito rápido, o guarda-vidas teve que entrar na água sem proteção. Uma atitude diferente da que ele adotou no caso de Pablo Diego, quando ajudou os amigos da vítima no salvamento, mas com equipamento adequado.

“A adrenalina bate, sabe. Depois você pensa no que fez. Eu não consegui dormir depois desse caso de José Ernesto”, confessou.


FONTE: G1 PERNAMBUCO
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