Pela primeira vez, PSB-PE pode divergir de diretório nacional em apoio à presidência

Apoio à candidatura de Lula diverge da maioria dos diretórios de outros estados, que almejam subir no palanque ao lado de Ciro Gomes
Paulo Câmara faz pronunciamento no diretório nacional do PSB Foto: Humberto Padrera / Divulgação

Pela primeira vez, o PSB de Pernambuco deverá perder uma decisão nacional a ser tomada pelo conjunto do partido. Tal realidade não acontecia desde que o ex-governador Miguel Arraes assumiu o comando do partido há 27 anos. Os socialistas pernambucanos, mesmo com uma representatividade forte na direção nacional, devem perder a batalha para o grupo que defende o alinhamento da legenda com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. O cenário desenhado hoje mostra que a maioria dos diretórios estaduais tende a aprovar a aliança com o ex-ministro.

O governador Paulo Câmara (PSB), que é vice-presidente do PSB nacional, antecipou o anúncio do apoio ao ex-presidente Lula (PT), mesmo com as articulações para fechar o acordo em andamento. A direção estadual também já havia se posicionado a favor do petista. Nos bastidores, no entanto, os socialistas ponderam que a neutralidade seria o melhor opção para o partido, tese que deve ser rejeitada na Congresso Nacional do PSB marcado para o próximo domingo.

O encontro será realizado no Hotel Nacional, em Brasília, das 9h às 17h. A reunião será no mesmo dia da convenção estadual do PSB, que irá homologar o nome de Paulo Câmara como candidato à reeleição pela Frente Popular de Pernambuco. Mesmo assim, a assessoria do líder socialista confirmou a presença dele no evento nacional do partido.

Mesmo tendo a maioria dos diretórios a favor de Ciro Gomes, o PDT não está insatisfeito com a demora do partido para definir o caminho que irá seguir. Para forçar um posicionamento formal, os pedetistas aderiram, na última quinta-feira, ao palanque do governador Márcio França (PSB). Segundo uma fonte, o nome do ex-ministro também conta com a aprovação de Carlos Siqueira, que não aceita a neutralidade do partido em uma eleição que, na avaliação dele, vai ocorrer no momento em que o Brasil enfrenta uma crise política-econômica bastante grave.

Quem acredita que a neutralidade pode acalmar os ânimos do partido alega que, mesmo com o PSB apoiando formalmente um candidato, a verticalização não será obedecida nos estados em razão das diferenças regionais. Em São Paulo, por exemplo, ainda prossegue a expectativa de Márcio França caminhar ao lado de Geraldo Alckmin, de quem foi vice no governo paulista. Nesse caso, ele receberia da direção nacional a permissão para fechar parceria com o tucano. Aos filiados do PSB está vetada coligações com candidaturas consideradas de extrema direita, a exemplo de Jair Bolsonaro (PSL) e Álvaro Dias (Podemos).

Por outro lado, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também continua trabalhando para ter o apoio do PSB. Na sexta-feira passada, ela deixou claro, depois de uma visita ao presidente Lula, preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, que a aliança com os pernambucanos depende da coligação formal com os socialistas no campo nacional. Caso a parceria PSB/PT se confirme, a précandidatura da vereadora do Recife Marília Arraes (PT) será retirada da disputa para o governo do estado.

FONTE: DIÁRIO DE PE
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