Em reunião ontem, Nicolás Maduro realizou videoconferência com o Estado Maior Superior e as Forças Armadas O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou ontem o fechamento da fronteira com o Brasil, por tempo indeterminado, em meio a um plano de lideranças oposicionistas para entregar ajuda humanitária ao país em crise. Na televisão estatal, Maduro disse ainda que avalia o fechamento da fronteira com a Colômbia. Autoridades locais fecharam nesta semana por tempo indeterminado as fronteiras marítima e aérea com as ilhas caribenhas de Aruba, Curaçau e Bonaire.
Líderes oposicionistas têm planejado enviar ajuda à Venezuela a partir da Colômbia e do Brasil. Maduro afirma que essa ajuda significará minar seu poder e acabaria por derrubá-lo do poder. Para ele, o país não necessita desse auxílio.
Maduro realiza videoconferência com o Estado Maior Superior, o comando das Forças Armadas. Em sua fala, ele tem enfatizado que resistirá à pressão para que deixe o poder. Além disso, ressalta que mantém o apoio dos militares locais. O presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autointitula presidente interino no país e diz que Maduro usurpa o poder, já que teria sido reeleito com fraude. Guaidó recebeu o apoio de vários governos da região, inclusive de Brasil e Colômbia, e também dos Estados Unidos. Maduro, por sua vez, mantém o apoio de aliados como Rússia, China e Turquia.
Mourão diz que não há solução a não ser o afastamento
O vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que não há outra solução para a crise na Venezuela a não ser a saída do presidente do país, Nicolás Maduro. Mourão irá a Bogotá, na Colômbia, no início da próxima semana, participar da reunião do Grupo de Lima. Segundo ele, a intenção é pressionar Maduro a se afastar do cargo para que Juan Guaidó assuma e convoque eleições.
“O grupo de Lima mantém essa pressão política. A pressão política é uma ação diplomática para levar ao atual governante lá da Venezuela, o Maduro, a compreender que é necessário uma saída para o país. O país está num impasse. Você tem um governo de direito, que em tese foi eleito, que é o do Maduro, e um de fato que é do Guaidó. Então não pode continuar.”
Mourão reforçou que o Brasil não tem intenção de entrar na Venezuela sem autorização. Além disso, destacou que o Brasil mantém o planejamento de enviar ajuda humanitária, com entrega de alimentos e medicamentos, amanhã. De acordo com Mourão, desde o início o objetivo do governo era fazer as entregas na fronteira.
“O governo brasileiro já deixou claro que a nossa ação será sempre no sentido da não intervenção no assunto interno e apenas manteremos a pressão política e as palavras junto aos demais países que estão cooperando num esforço para que a Venezuela retome um caminho de democracia”, disse. Mourão quer aguardar o início das ações de ajuda humanitária, no próximo sábado, para decidir “qual recado” o Brasil dará. Ele contou que vai se reunir com o presidente Jair Bolsonaro no domingo de manhã. “Nós temos de aguardar os acontecimentos de sábado lá na Venezuela.”
Ele confirmou que a fronteira entre Brasil e Venezuela foi parcialmente fechada hoje, com a presença de seis blindados venezuelanos, mas ponderou que a quantidade de homens é pouco expressiva e não há necessidade de reforço por parte do Brasil.
Segurança na área está “normal” e espera ajuda humanitária
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rego Barros, afirmou em entrevista a jornalistas ontem, transmitida na televisão pela NBR, que a segurança na faixa da fronteira com a Venezuela é “normal”. Segundo ele, não houve mudança de comportamento após o anúncio de Nicolás Maduro de que o acesso ao Brasil seria fechado a partir das 20h.
“Caminhamos de forma alinhada com o governo de Roraima para dirimir qualquer problema”, afirmou. “A operação humanitária terá início no dia 23”. Mais cedo, o governador de RR, Antonio Denarium (PSL) disse que a fronteira terrestre entre Brasil e Venezuela havia sido fechada por tanques de tropas venezuelanas por volta das 15h20. O porta-voz afirmou, contudo, que a fronteira estava aberta, com fluxo normal.
Rego Barros disse ainda que tropas brasileiras continuam em “operação de normalidade” e que a situação do país vizinho está sendo monitorada. “O planejamento do governo estabelece como linha limítrofe a própria fronteira”.
FONTE: DIÁRIO PE
Tags
Pagina Ínicial