Sem Carnaval por conta da covid-19, tradicional domingo pré-folia tem ladeiras vazias em Olinda


Pelas ladeiras que a esta altura já estariam coloridas, tomadas de gente embalada pelo frevo, não há sinal de Carnaval. No último domingo antes da festa, suspensa em 2021 devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), o Sítio Histórico de Olinda não teve movimentação nos principais pontos da folia. 



Em finais de semana anteriores, o local chegou a registrar aglomerações e até mesmo ensaios de blocos carnavalescos, mas neste domingo (7), a reportagem não encontrou desrespeito às regras sanitárias nesse sentido. Logo na entrada do Sítio Histórico, próximo à Praça do Carmo, uma viatura da Guarda Municipal fiscalizava a movimentação. 


Por lá, onde normalmente é montado um palco para apresentações de dezenas de atrações musicais, poucas pessoas circulavam no fim da tarde deste domingo. Mais adiante, na Praça João Alfredo, por onde costumavam passar vários blocos, a única movimentação era em um bar localizado nas imediações. Perto dali, nos Quatro Cantos, um pouco mais de movimentação. Os bares localizados em um dos principais focos do Carnaval, por onde passam blocos tradicionais como a Pitombeira e diversas troças durante o período momesco, estavam funcionando, com mesas instaladas nas calçadas e pessoas sentadas comendo e bebendo. Muitas estavam sem máscara. 


Na Praça Laura Nigro, próxima à sede do bloco Eu Acho é Pouco, que reúne uma multidão de apaixonados por Carnaval mesmo nas prévias, apenas algumas crianças brincavam, sob a supervisão de adultos. Todos usavam máscaras no momento em que a reportagem passou pelo local. O mercado da Ribeira, a sede da prefeitura e o Mosteiro de São Bento, que costumam ficar lotados nesta época do ano também estavam vazios. 


Nesse ponto da cidade, a reportagem encontrou policiamento fazendo ronda. Na subida para o Alto da Sé, movimento tranquilo também no Largo do Amparo, outro ponto tradicional da festa, localizado próximo à sede do Homem da Meia Noite. É lá no Alto que estava a maior movimentação registrada pela reportagem neste domingo. Turistas e olindenses enchiam barracas e se aglomeravam para tirar fotos, a maioria sem máscaras. No local, um posto de polícia fiscalizava a população. 


 "Guarda Municipal e polícia sempre tem por aqui. De forma geral, as pessoas têm respeitado as regras. Quando não, alguém passa e pede para colocar a máscara ou afastar", conta a comerciante Cláudia Araújo, 37 anos. Segundo ela, os últimos finais de semana têm sido movimentados. "Tem chegado muito turista. As pessoas têm vindo para passear, mas não têm comprado muito", lamentou. A confeiteira Bárbara Miranda, 27, que trabalha na Sé desde dezembro, afirmou que não vê blocos pela rua, mas teme pelos dias que seriam os oficiais da festa. 


"Acho que as pessoas irão para a ruas. Ontem (sábado), estava em um barzinho à noite aqui por perto e vi um grupo de pessoas com a mesma camisa de bloco. Não sei de onde era, mas acredito que vá acontecer de forma clandestina", aponta. Suspensão do Carnaval O Carnaval em Pernambuco foi oficialmente suspenso em 17 de dezembro do ano passado, para evitar a disseminação do novo coronavírus no Estado. "O Carnaval representa muito mais que uma festa para o povo pernambucano, mas, no atual contexto de pandemia, não há possibilidade de realização de um acontecimento desse porte, que mobiliza multidões e é, pela sua natureza, um momento de encontro, de aglomeração, que, por vezes, reúne milhões de pessoas", disse o secretário de saúde André Longo na ocasião. Para evitar que a decisão seja desrespeitada, o governo decidiu suspender também o ponto facultativo do feriado, confirmando o funcionamento normal das repartições estaduais durante a segunda (15) e terça-feira (16) de Momo. "Os feriados são previstos em lei. 


E o Carnaval não era feriado mesmo antes da pandemia. Por isso, cada Estado pode deliberar da sua maneira. Pernambuco é o 15º Estado a suspender o ponto facultativo desses dois dias (segunda e terça-feira gorda)", explicou o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes. Empresas e municípios têm a liberdade de escolher entre suspender ou não o ponto facultativo. Olinda informou que seguirá o Governo do Estado e manterá o funcionamento das repartições públicas da rede municipal no período que seria reservado ao Carnaval.

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