Por que Pazuello liberou a reserva da segunda dose, se não havia garantia do envio?

A paralisação na vacinação em várias capitais do Brasil, como Natal (RN), Campo Grande (MS), João Pessoa (PB) e outras, além do alerta que existe hoje, em vários municípios de Pernambuco, após a confirmação de que a próxima remessa de CoronaVac chegará ao Estado com menos 91.600 doses do que o previsto, levanta uma pergunta: Por que o então ministro da Saúde General Eduardo Pazuello orientou os municípios a utilizar todas as doses enviadas, se não havia garantia de novas remessas para a segunda dose?

Até 21 de março o protocolo indicado pelo Ministério era outro: fazer a reserva para garantir a segunda dose, que comprovadamente confirma a imunização do paciente. A liberação certamente acelerou a vacinação em todo o Brasil. Os municípios brasileiros, que têm sistemas bem estruturados e historicamente eficientes em vacinação, estavam prontos para ampliar sua capacidade de atender a população e foi o que aconteceu.

Mas a que custo? Se o ministro não tinha segurança que poderia garantir o envio das doses complementares, não valeria ter mantido a orientação inicial e sustentado a vacinação em duas doses, como deve ser de acordo com o protocolo científico.

É valido lembrar que o grande problema na vacinação do Brasil, desde o início, vem sendo a falta de vacinas. Indícios da negativa deliberada do Governo Federal em fazer acordos que interessariam ao país com farmacêuticas como a Pfizer foi um dos fatores que fizeram o ministro balançar no cargo e depois ser substituído por Marcelo Queiroga.

A aposta do Brasil em apenas dois fornecedores, com a CoronaVac e a AstraZeneca, tem se mostrado insuficiente. Qualquer atraso na produção desses imunizantes coloca em risco o processo de vacinação no país – como foi o caso do recente de paralisação na produção da CoronaVac – por parte do Butantan por falta de IFA, está frustrando a aplicação de segundas doses em todo o país. Em que pese o papel fundamental que o Butantan e a CoronaVac vem cumprindo na vacinação no Brasil, se havia um sistema tão precário de fornecimento, poderia mesmo o ministro ter tomado a decisão que tomou no dia 21 de março?

Fonte: Fala PE

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