Erros nos dados da vida útil da rodovia e nos locais de interseção entre a nova estrada e as vias já existentes levaram o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a suspender a licitação do Arco Metropolitano. Os dois exemplos foram dados pelo Diretor Executivo do Dnit, Tarcísio Freitas, em conversa com a imprensa após uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) no início da tarde desta sexta-feira (28).
De acordo com Tarcísio, os erros foram causados por problemas na adaptação que o Dnit fez no anteprojeto elaborado pelo Governo do Estado na época em que o Arco Metropolitano seria construído a partir de uma parceria público-privada (PPP). A suspensão da licitação causou polêmica no Estado porque houve quem visse uma possível retaliação da presidente Dilma Rousseff (PT) ao governador Eduardo Campos (PSB), provável adversário na disputa eleitoral deste ano.
Segundo o diretor, quando o Dnit assumiu o projeto, decidiu aumentar a vida útil da rodovia de 10 para 20 anos, para que o pavimento durasse mais. Em momentos trechos diferentes do edital, porém, apareciam os dois períodos. Segundo Freitas, a mudança tem um impacto entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões no valor total da obra; que é secreto, mas deve ficar acima de R$ 1 bilhão.
No documento, também haviam diferenças nos locais de entrocamento entre a nova rota e as BRs 408 e 232, que também levaram o projeto a ser refeito. Em nota divulgada há três dias, o Dnit alegou não-conformidades no anteprojeto e nos orçamentos do Arco para justificar a suspensão do processo licitatório. A previsão agora é que o edital seja relançado entre o final de abril e o início de maio.
CPRH – O relançamento da licitação, agora, depende do licenciamento ambiental junto à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Num encontro entre o Dnit, o Ministério dos Transportes e o órgão em Brasília nessa quinta (27), ficou definido que o governo federal irá adaptar o Estudo de Impacto Ambiental realizado durante o projeto da PPP. A reunião controu com a presença dos secretários estaduais de Infraestrutura, João Bosco, e de Governo, Milton Coelho.
A adaptação do primeiro estudo, com as devidas compensações, foi pensada porque os trajetos são muito parecidos. Os traçados diferem apenas em dois quilômetors e são praticamente idênticos no trecho que corta a área de proteção ambiental (APA) de Aldeia/Beberibe. A contraproposta do Dnit será apresentada em uma reunião com a CPRH na próxima sexta-feira (4).
ARCO – A proposta do Arco Metropolitano é apresentar uma alternativa ao fluxo de veículos através da BR-101, que passa pelas principais cidades da Região Metropolitana. A via que fará um contorno no Grande Recife e deve ter 77 quilômetros pelo traçado atual. Ela irá ajudar a escoar a produção da fábrica da Fiat que está sendo instalada em Goiana até o Complexo Portuário de Suape.
Fonte: Blog do Jamildo