De acordo com a Agência, as provisões acumuladas já são suficientes para o fornecimento de toda a Região Metropolitana até o próximo verão
As chuvas ocorridas em abril estão colaborando na recuperação dos níveis das principais barragens que fornecem água para a Região Metropolitana do Recife (RMR). Um bom exemplo é a barragem de Pirapama, principal manancial de abastecimento da RMR. Atualmente, de acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Pirapama apresenta atualmente um volume acumulado que corresponde a cerca de 90% de sua capacidade total. Em abril de 2013, porém, as reservas baixas obrigaram uma breve retomada de racionamento.
Ainda de acordo com a Agência, as provisões acumuladas já são suficientes para o fornecimento de toda a Região Metropolitana até o próximo verão. A tendência, afirma a Apac, é a de que a situação melhore ainda mais, com a recuperação integral de todas as barragens até o mês de julho, se as previsões meteorológicas se confirmem nos próximos meses.
Segundo Patrice Oliveira, gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas da Apac, a recuperação das baragens foi acentuada pelas chuvas da última semana, quando precipitações intensas começaram a ocorrer no Litoral e na Zona da Mata do Estado. Na terça-feira (22), em apenas quatro horas, choveu 118mm, enquanto que nas últimas 48 horas, foram registrados índices de 150mm na Região Metropolitana. De acordo com o gerente, um fator de extrema importância para o sucesso na recuperação dos níveis é não só a ocorrência de chuvas intensas, mas onde elas acontecem; neste caso, têm ocorrido próximas aos reservatórios.
Os índices registrados nesta terça (29) e quarta-feira (30) deverão se repetir até o sábado. O período chuvoso, conhecido ambém como "quadra chuvosa", está apenas começando, com previsão para terminar em julho. Caso as previsões meteorológicas se confirmem, em 2014, a RMR pode chegar - ou mesmo ultrapassar - a média histórica do período.
Entre abril de 2013 e abril de 2014, as barragens que mais acumularam água foram Sicupema (aumento de 67,9%), Duas Unas (62,65%) e Pirapama (59,56%). É válido salientar que nem todas as barragens têm função de abastecimento. A do Goitá, por exemplo, é para contenção de cheias e, por isso, é interessante que seu nível não fique elevado.
Segundo a Apac, as chuvas dos últimos dias têm sido provocadas por um sistema atípico. Ventos de leste estão contribuindo para trazer umidade do mar. Ao chegarem ao continente quente e abafado, as nuvens carregadas se transformam em chuvas.
Confira a situação das barragens na RMR:
Reservatório
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Volume máximo
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Volume (m³)
abril/2013 |
Percentual (%)
abril/2013 |
Volume (m³)
abril/2014 |
Percentual (%)
abril/2014 |
Botafogo
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27.690.000,00
|
4.779.627,80
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17,26%
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7.612.165,86
|
27,49%
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Duas Unas
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23.549.000,00
|
8.730.875,00
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37,08%
|
23.486.110,00
|
99,73%
|
Bita
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2.770.000,00
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1.915.732,00
|
69,16%
|
2.547.918,10
|
91,98%
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Sicupema
|
3.200.000,00
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1.028.022,30
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32,13%
|
3.201.096,40
|
100,03%
|
Utinga
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10.270.000,00
|
2.019.009,60
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19,66%
|
4.733.457,00
|
46,09%
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Pirapama
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60.937.000,00
|
17.702.000,00
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29,05%
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53.997.200,00
|
88,61%
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Goitá
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52.536.000,00
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25.479.100,00
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48,50%
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23.969.500,00
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45,62%
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Tapacurá
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94.200.000,00
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45.384.000,00
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48,18%
|
59.440.000,00
|
63,10%
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Várzea do Una
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11.568.000,00
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3.868.541,00
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33,44%
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9.518.804,60
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82,29%
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