No último debate do segundo turno das eleições presidenciais, sempre
que os candidatos têm oportunidade de pergunta para o outro, a
temperatura sobre. Foi assim no terceiro bloco. A presidente e candidata
à reeleição, Dilma Rousseff (PT), e o senador Aécio Neves (PSDB)
voltaram a trocar farpas mais fortemente.
A situação mais tensa foi quando o tucano trouxe apara o debate a
questão do mensalão. Ele indagou qual a opinião da presidente sobre o
episódio de compra de apoio na Câmara Federal. A petista, com um
semblante irritado, de imediato lembrou do mensalão mineiro, que ainda
não foi a julgamento. “É necessário dizer que eles (os petistas) foram
condenados e foram para a cadeia. O mensalão do seu partido não teve
condenados nem punidos”, afirmou Dilma.
“A senhora era a dona da mesa e da gaveta desse governo”, retrucou
Aécio, que falou que é preciso aguardar o julgamento do mensalão
mineiro. O tucano afirmou, também, que um dos principais acusados do
mensalão mineiro é o coordenador da campanha petista em Minas, o
ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Dilma, em sua tréplica, disse que o
PSDB “engavetou” todos os processos.
Em outra provocação, o candidato do PSDB, ao falar sobre reforma
política, provocou a presidente, afirmando que dos 33 ministros, apenas
15 não estão de licença. “Quem está governado o País, candidata?”,
indagou o tucano.
A presidente respondeu a pergunta com um contra-ataque, defendendo o
fim do financiamento empresarial nas campanhas, paridade entre homens e
mulheres nas eleições e fim das coligações. “O senhor não tem interesse
na reforma política”, afirmou a petista.
Em sua réplica, Aécio disse que o PT recebeu R$ 80 milhões em doações
empresariais e que a legenda não tem “autoridade” para falar em fim
desse tipo de financiamento nas campanhas.
Numa de suas perguntas, a presidente Dilma também partiu para o
ataque. Falando sobre a questão do planejamento na gestão, ela citou o
caso da seca pela qual São Paulo passa, acusando a gestão tucana no
Estado de não ter se precavido para tal.
Aécio afirmou que realmente houve um erro, “mas que foi do Governo
Federal” e que o governo de SP “buscou fazer o que estava às suas mãos”.
Citou a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) é prova de que o povo fez o
julgamento e disse que “infelizmente” não teve a ajuda da Agência
Nacional de Águas. Criticou depois o aparelhamento do governo.
Ainda entraram em debate, no terceiro bloco a questão da educação,
com o Enem e o Prouni, além dos repasses federais para Estados e
municípios, que estariam atrasados.
A petista também trouxe para o debate a questão da agricultura. Que o
Governo tucano teria investido bem menos do que as gestões petistas. O
tucano disse que o PSDB fez o maior programa de distribuição de renda, o
Plano Real. Disse que tem compromisso com agronegócio e criticou a
crise do setor de etanol, no qual “70 usinas morreram” sob o governo do
PT.